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Mostrando postagens de abril, 2021

Um lugar chamado Saudade

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O que é a Saudade senão um lugar? Um lugar onde guardamos tesouros Um lugar onde sobrevivem os nossos amados Um lugar onde repousam os momentos marcantes Um lugar que parece ser cheio de ausências Mas que na verdade é repleto de presenças que permeiam os nossos pensamentos Trazendo à vida sentimentos esquecidos e Escondidos às vezes, debaixo das dores Lugar que nos aproxima de quem já se foi onde podemos sentir novamente cheiros, perfumes, abraços, lágrimas... Permitimos morar na Saudade o que nos é importante. Nesse lugar que eu chamo Saudade exercitamos a nossa melhor capacidade sem medo, a de amar de verdade! O que é então a Saudade senão um lugar?   Fabrício Alves da Silva

Entender pra viver ou viver pra entender a vida?

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Desde o ventre materno o ser humano já deseja entender o que acontece consigo. Os processos, os movimentos. É um desejo natural da verdade, ou seja, de compreender a vida e o que a compõe. Esse querer é de nascença. Essa vontade ela é inata. Não vem de uma intervenção extrínseca. Justamente por ser uma potência natural, acionada ao primeiro sinal de vida celular, tem o poder de impulsionar a pessoa numa busca que dura a vida toda. Na verdade, se prestarmos um pouco de atenção, a vida é feita muito mais de perguntas do que de respostas, e certamente deve mesmo ser assim. Afinal de contas tudo que é totalmente compreendido “perde a graça”. Precisamos realmente entender tudo que acontece na vida? Talvez essa pergunta seja mais importante do que todas as outras. A resposta é: Não! Não precisamos. Claro que não há problema nenhum em questionar e querer compreender. Mas acontece que passamos muito mais tempo procurando respostas para as perguntas da vida do que vivendo a vida realmente. Perd...

Você não é todo mundo!

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Olhando a realidade atual, nasce em mim uma profunda gratidão aos meus pais por todas as vezes que me disseram “Você não é todo mundo! ”. Demorou, mas ao longo da vida fui entendendo que, com essa frase - diante da qual muitas e muitas vezes fiquei indignado – no fundo meus pais queriam me dizer que eu não deveria ser igual a ninguém, que eu deveria ser eu mesmo e que não precisava me tornar quem eu não era somente para me incluir na turma. Algumas vezes fiz coisas para me enturmar, para ser “mente aberta”, etc. e tal, tentando pertencer a turma “ser feliz” Estamos vivendo um tempo de ditaduras de imposição sobre quem nós temos que ser, o que devemos usar, que fé devemos ter ou não, isto é, devemos aderir à ditadura do relativismo (travestida de democracia e liberdade) se quisermos ser aceitos segundo os moldes modernos. Nesse ponto, a frase “Você não é todo mundo!” que à primeira vista parece agressiva, é como um solavanco que alguém nos dá quando quer nos livrar de cair no precipício...

Ser ou não ser? Mas, ser o quê?

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  A subversão ôntica do ser É evidente a crise existencial em que a humanidade está submersa e na qual está praticamente afogada. Crise essa, que atinge todas as esferas daquilo que forma interiormente a pessoa e dos fatores externos que fazem parte de sua formação como ser humano. Não há como negar que estamos testemunhando e vivendo um período de obscurantismo e que assustadoramente, não dá sinais de que será um tempo curto, mas que certamente deixará profundas marcas na formação das próximas gerações que talvez sejam mais deletérias ao ser, do que já foi registrado até os dias atuais, e essas marcas influenciarão consequentemente no comportamento humano. É um processo natural que a geração atual seja de alguma maneira influenciada pela anterior. Entretanto, em meio a toda essa realidade, inegavelmente dolorosa e problemática do ponto de vista ôntico, e que graças a facilidade de acesso a informação e a superexposição das pessoas, agora é explícita, precisamos nos perguntar s...

O que é ser uma pessoa realizada?

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A grande maioria de nós aprendeu que a realização pessoal acontece quando a pessoa realiza sonhos, obtém prosperidade e independência financeira, quando adquire muitos bens, etc. tudo isso, pode fazer parte da realização, mas não é a sua essência. Refletindo sobre o sentido próprio da palavra realização podemos dizer que realização pessoal é na verdade algo que transcende o tempo e o que é passageiro. A realização pessoal, não pode – nem deve- estar atrelada a artifícios adquiridos com esforços próprios. Ela está em uma camada muito mais profunda, e por isso, mais superior do que a simples satisfação de desejos e planos concretizados. Realizar é tornar real, ou seja, verdadeiro, não somente no plano tangível, mas, e ainda mais no plano interior. Uma pessoa realizada é aquela que se descobre um ser real. Descobre que não é apenas mais uma mera projeção entre milhares vagando pelo mundo sem um sentido real para lutar pela vida terrena. Quando crescemos com o conceito de realização ...

Narciso e a Era digital

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É praticamente impossível olhar para a obra de arte de Caravaggio e não enxergar ali, uma previsão da cultura atual. Quem consegue parar para apreciar a representação de Narciso, pode notar com que paixão ele contempla seu próprio reflexo que flutua nas águas do rio. Narciso era caçador, homem forte e corajoso, mas ao se deparar com a o reflexo da própria imagem fica hipnotizado, totalmente arrebatado pelo que vê refletindo nas águas. Foi vencido por um reflexo. A maldição de Eco se cumpria. A insegurança e a carência de Narciso eram tão grandes que já não conseguia parar de olhar para a própria imagem. Precisava ficar se olhando para reafirmar a si mesmo o quão bonito e desejável era. Morreu de tanto desejar, admirar e adorar aquela imagem. O que matou Narciso não foi amor-próprio, mas a egolatria. Egolatria e iconolatria é o que vemos nos tempos atuais e nas redes. Muitos vivem como Narciso, debruçados sobre suas próprias imagens. A egolatria revela a insegurança o imenso vazio inter...

O que é a Verdade?

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A agonia da verdade relativa O que é a verdade ( Quid es veritas 1 )? É certamente a pergunta mais avassaladora que o ser humano pode fazer a si mesmo e ao outro. Com toda certeza, ao fazer essa pergunta a Jesus Cristo, Pôncio Pilatos não imaginava que daria voz à pergunta mais profunda do ser humano e que ela ecoaria por toda a existência humana. É a pergunta que une crentes e descrentes, religiosos e cientistas, letrados e iletrados, os coloca todos no mesmo patamar e é capaz de fazer o maior cientista sentir-se o ser mais ignorante. É a pergunta que causa alívio em alguns e sofreguidão em outros. Alivia a quem acredita tê-la encontrado e angustia a quem ainda está na busca de encontrá-la. É uma pergunta que desnuda o orgulho e revela toda a incapacidade humana de dar uma resposta, que, ao primeiro olhar parece simples, mas que compreende a existência do universo e tudo o que ele contém. Essa pergunta nos expõe ao ridículo ao nos fazer hesitar em responder, por não encontrar nas ...