Você não é todo mundo!


Olhando a realidade atual, nasce em mim uma profunda gratidão aos meus pais por todas as vezes que me disseram “Você não é todo mundo! ”.


Demorou, mas ao longo da vida fui entendendo que, com essa frase - diante da qual muitas e muitas vezes fiquei indignado – no fundo meus pais queriam me dizer que eu não deveria ser igual a ninguém, que eu deveria ser eu mesmo e que não precisava me tornar quem eu não era somente para me incluir na turma.


Algumas vezes fiz coisas para me enturmar, para ser “mente aberta”, etc. e tal, tentando pertencer a turma “ser feliz”


Estamos vivendo um tempo de ditaduras de imposição sobre quem nós temos que ser, o que devemos usar, que fé devemos ter ou não, isto é, devemos aderir à ditadura do relativismo (travestida de democracia e liberdade) se quisermos ser aceitos segundo os moldes modernos.


Nesse ponto, a frase “Você não é todo mundo!” que à primeira vista parece agressiva, é como um solavanco que alguém nos dá quando quer nos livrar de cair no precipício, que pode até nos machucar momentaneamente, mas certamente nos preservará a vida.


Em tempos de crise de identidades, essa frase traz um sentido novo, pois, tem o poder de nos lembrar que não precisamos ser ninguém além de nós mesmos. Não precisamos violentar o nosso ser para poder ser aceito pela sociedade. Certamente encontraremos quem ame quem nós somos e não quem uma imagem falsa de quem não somos. Toda mentira é perniciosa. Toda verdade é benéfica.


Me pego várias vezes atualmente dizendo para mim mesmo “Você não é todo mundo!” e isso é libertador.


Se algo ou alguém põe em dúvida seu caráter, diga com força para você mesmo: Você não é todo mundo!


Bendita frase!


 


Fabrício Alves da Silva

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